A Casa de Amparo iniciou suas atividades em meados de 2008 e foi fundada pelo pr. Claudio Silva e Silva, fundador e atual presidente da Igreja Assembleia de Deus Guineense. O abrigo veio a ser necessário devido a um grave problema que foi enfrentado pela missão desde a sua chegada na Guiné-Bissau, que é a questão do casamento forçado, isto é, meninas são dadas em casamento sem o seu conhecimento ou consentimento, e na maioria das vezes a homens casados e que tem varias mulheres na casa.
Seguindo uma tradição milenar, os país, os tios ou os irmãos mais velhos, são quem decidem para quem serão dadas as meninas da morança, morança é a casa onde vive o homem mais velho de cada familia e a quem todos tem que obdecer.
A Igreja Evangélica e outras missões que aqui trabalham entendem que esta questão está ligada a cultura e por isso nada fazem para dificultar ou coibir tais praticas, mesmo entre famílias ligadas a Igreja.
A Assembléia de Deus Guineense, desde a sua fundação adotou um posicionamento contrario a esta pratica, informando a todos que as leis da Guiné-Bissau não autorizam o casamento força e antes pelo contrario o classificam como crime, mas infelizmente até o momento ele ainda continua praticado em todo o país, especialmente em regiões do interior onde não existem escolas e nem tribunais.
O pastor Claudio Silva, foi uma voz sempre a soar contra tudo aquilo que é praticado nesta nação, mas que é contrario a legislação vigente e ainda que tais praticas estejam ligadas diretamente a cultura daqueles povos etnos foi todavia abolida por leis nacionais.
Algumas histórias envolvendo meninas que foram salvas do casamento forçado na Guiné-Bissau envolvendo o pastor Claudio são dignas de registro, como o caso da Admá, que hoje é esposa do Augusto Sanhá supervisor da região Sul III, e outras tantas.
Se a Admá, foi resgatada e teve uma linda sorte, outras não tiveram a mesma sorte, como a irmão do Humaru Na Hosna, supervisor do Sul I, que após ter ficado 11 dias trancada em um quarto na casa do homem a quem foi dada como mulher para não fugir e nos quais não comeu e nem bebeu tendo permanecido orando, aproveitando-se de que os moradores da casa faziam uma festa e todos dançavam, ela conseguiu escapar e fugir, mas ao darem falta dela a perseguiram, ela cometeu um erro fugiu na direção da sua Tabanca que ficava a vários quilômetros de distancia e para lá chegar teria que atravessar um largo rio na nado, ela ainda que nadava muito bem, não reunia condições físicas para enfrentar a correnteza da maré e foi arrastada por ela, tendo perecido na luta contra a torrente das águas.
Os perseguidores da menina Na Osna a encontraram morte a margem do rio no dia seguinte, ali mesmo fizeram uma cova e a sepultaram, sem nenhuma consideração, a sua fé ou a sua vida ainda adolescente.
Só uma semana depois o irmão Humaru foi informado, e tendo recorrido ao auxilio da policia da região foi ameaçado de ser preso se falasse no assunto ou se o denuncia-se em outra instancia, somente depois da intervenção da Igreja e da chegada do Dr.Jaimiro Tunga, que era seu familiar e representava a Igreja a policia local concordou em abrir um processo contra os criminosos, mas até hoje o caso ficou sem nenhuma solução.
São centenas de meninas, que são levadas a casamento forçados a cada ano neste país, e na maioria das vezes as pobres meninas sem cogitam do que estão preparando para elas, só sabem no dia que ela deve acompanha-los para ser entregue ao se marido, que ela nem conhece e que ao chegar na Tabanca para onde é levada descobre que o seu marido a quem foi dada para mulher é um velho que já tem varias mulheres e algumas dezenas de filhos.
Muitas destas meninas são crentes, e ao serem levadas a força são normalmente espancadas quando rejeitam casar-se com um velho a quem foi vendida, varias delas foram espancadas até a morte, como é o caso da sobrinha do pastor Pansau que morreu recentemente em uma Tabanca no sul do país.
Casos como os relatados acima, fizeram que fosse aberta uma Casa para amparar as meninas que fogem ao saber que está para ser levado ao seu futuro dono.
O pastor Claudio Silva, que implantou e mantem tudo o que é feito ali até o dia de hoje, como um verdadeiro gigante tem derrubado mitos, crendices, tradições e costumes que são contra o evangelho de Cristo, e imposto uma nova visão do evangelho neste país.
O pr. Mamadu Na Quilna junto com o pr. Pedro Vaz, são os responsáveis pela casa e residem no local para cuidar das meninas ali residentes. Ambos foram indicados pelo pastor presidente da igreja Assembleia de Deus Guineense, pr. Claudio Silva, em assembleia geral.
Abaixo, imagens do primeiro prédio alugado no bairro de Míssera que funcionou até 2014/15 e o prédio definitivo que foi construído juntamente com uma linda congregação da Assembleia de Deus guineense no bairro do bandim zona 2.